Este Blog, criado com a finalidade de estar levando o conhecimento à Comunidade sobre este assunto: DROGAS
Estaremos aqui reunindo artigos, materiais, informações, enfim, tudo aquilo que acreditamos ser importante a propagação pela rede. Mais uma vez usando a Tecnologia a favor da Informação, neste caso promovendo a Humanização através da Internet.
De maneira voluntária estaremos divulgando as ações do Projeto Girassol.

Magda Soraia Delfino (Conselheira em Dep. Química/ Conselheira da Saúde de Macaé)

terça-feira, 5 de junho de 2007

Motivação para a Mudança


Todo mundo na vida passa por fases

É quase uma unanimidade entre as pessoas que apenas os que possuem opinião e força de vontade conseguem deixar as drogas. Igualmente corriqueira, é a idéia de que qualquer indivíduo tem algo em seu estilo de vida que pode ser melhorado, aprimorado, enfim, mudado. Há situações muito fáceis de mudar. Um novo corte de cabelo, por exemplo. Basta procurar um profissional e pronto: novo visual. Passar a acordar mais cedo por causa de um novo emprego já é um pouco mais difícil: quem não perdeu a hora ao menos uma vez enquanto se acostumava a esse novo estilo de vida. Há, ainda, coisas na vida que por mais que incomodem, são vistas como imutáveis. Para essas há sempre aquelas respostas: "Sou assim e pronto".

"Estou velho demais para mudar".Portanto a mudança de atitude passa pela superação de automatismos ("não estou habituado a acordar cedo") e de crenças ("estou velho demais para mudar"). Sem dúvida, implementar uma mudança requer disposição e força de vontade. Ninguém muda a contragosto. Porém, a força de vontade nunca é a mesma o tempo todo. Há momentos de desânimo, desesperança, falta de sentido no desejo da mudança. É preciso ter um objetivo muito claro, saber as vantagens que essa conquista trará (elas serão maiores que as perdas?) e, sobretudo, é preciso apoio, pessoas que sabiam manter o moral elevado, que colaborem para o processo de mudança. Tudo isso tem estreita relação com a dependência química.

Existem estágios de mudança. Não basta saber se a dependência existe e quão grave se manifesta no indivíduo. É preciso compreender também sua motivação para a mudança. Esse modelo teórico, desenvolvido por Prochaska e DiClemente (1986), auxilia o planejamento terapêutico para cada cliente. Qualquer abordagem com dependentes de drogas deve respeitar o estágio de motivação de cada um destes. São seis estágios. Para cada um deles, há uma conversa mais efetiva e adequada.


ESTÁGIOS:

Pré-contemplação
Apresentação do cliente: Sem idéia sobre o problema e sem planos de mudar. Acha que seu consumo de drogas não lhe faz mal e está sob controle.
Melhor postura adotada: Evitar o confronto, mas sem perder a sinceridade. Flexibilizar sobre a evidência de dependência e buscar outros motivos para o cliente buscar ajuda.

Contemplação
Apresentação do cliente: Percebe um problema, mas está ambivalente para promover mudança.
Melhor postura adotada: O indivíduo deve ser sensibilizado objetivamente, dentro de um ambiente reflexivo. Pode-se levantar os prós e contras da abstinência e do consumo e as discrepâncias entre o consumo e os planos do indivíduo para o futuro.

Determinação
Apresentação do cliente: Percebe que tem um problema e que precisa promover mudanças. O indivíduo pede ajuda.
Melhor postura adotada: Ofereça soluções e retire barreiras. Negocie um plano de abordagem. Tudo deve ser muito rápido, porque é comum o indivíduo mudar de idéia sobre a mudança.

Ação
Apresentação do cliente: Pronto para começar a mudança.
Melhor postura adotada: Prover o suporte; definir a assistência; a família deve mostrar-se disposta a participar do tratamento sempre que solicitada.

Manutenção
Apresentação do cliente: Incorporação da mudança ao estilo de vida.
Melhor postura adotada: Reforçar o sucesso; reavaliar a farmacoterapia; aplicar a prevenção de recaída e avaliação de situações de risco; avaliação bioquímica.

Recaída
Apresentação do cliente: Volta para a contemplação ou pré-contemplação
Melhor postura adotada: Menos de 5% dos clientes nunca recaem após iniciarem o processo de mudança e mais de 70% recaem antes do terceiro mês de abstinência. Retornam a algum dos estágios anteriores, para novamente evoluírem rumo à mudança. Não é o retorno à estaca zero, tampouco motivo para repreensões ou culpa. É um momento de aprendizado, visando a evitar ou dificultar recaídas futuras.

O tratamento da dependência química é acima de tudo a busca de um novo estilo de vida. É uma mudança árdua, complexa, marcada por erros e escorregões. Qualquer processo de modificação comportamentos, em maior ou menor grau, é assim. Cabe à família, ao meio social e a equipe de profissionais do indivíduo motiva-lo para tal.


Fonte: Site Alcool e drogas sem distorção.
Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein (SBIBHAE)

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